Medicina Integrativa Funcional propõe uma relação de parceria entre o profissional e seu paciente visando a manutenção e a promoção da saúde e qualidade de vida. É uma abordagem individualizada que visa melhorar o organismo como um todo.
Não existindo a preocupação apenas em tratar da doença, a saúde do paciente é vista como um estado vital de bem-estar físico, mental, emocional, social e espiritual.
Dentro dessa filosofia a pessoa é investigada além da doença. São buscadas as raízes dos sintomas considerando-se diversos fatores, como os genéticos, os ambientais, os antecedentes familiares e os hábitos do paciente.
Na abordagem integrativa funcional busca-se reestabelecer o organismo ao seu potencial máximo, com o uso de vitaminas, minerais e outras substancias, deixando a intervenção farmacológica para um segundo momento, sempre que possível.
E é com a ajuda dessas ferramentas que identificamos predisposições a determinadas doenças, variações nas atividades de certas enzimas, receptores e transportadores com problemas, consequentemente, diferentes necessidades de vitaminas, minerais e/ou hormônios, além de descobrir se a pessoa é um metabolizador rápido ou lento de determinadas medicações.
Dessa forma conseguimos propor um tratamento personalizado e muito mais assertivo, adequando a suplementação na dosagem específica para aquele individuo, diminuindo o risco de efeitos adversos e falhas no tratamento. Assim conseguimos tratar o paciente como o ser único que ele é, levando em conta suas características e peculiaridades, minimizando o risco de desenvolvimento de diversas doenças e auxiliando no tratamento de doenças já desenvolvidas.
A medicina personalizada, também chamada medicina de precisão ou individualizada pode ser considerada uma ação de prevenção da saúde mas também pode ser usada nos tratamentos propriamente ditos. Por meio do sequenciamento do genético, a medicina personalizada consegue ir muito além das análises convencionais na identificação da possibilidade do desenvolvimento de doenças relacionadas a fatores hereditários como Parkinson, Alzheimer e diabetes – e até doenças cardíacas.
Os diagnósticos clínicos convencionais estão prioritariamente focados nos sintomas e sinais clínicos de uma doença já manifestada, com o foco de tratar os doentes. A medicina personalizada trabalha preferencialmente antes das doenças se manifestarem. Um relatório elaborado pelo The Economist Intelligence Unit, com patrocínio da Roche Foundation Medicine coloca o Brasil como um dos países mais desenvolvido na medicina personalizada em toda a América Latina. As pesquisas, que começaram a avançar a partir dos anos 1990 não param.
Há progressos constantes principalmente nas área de oncologia e no campo das doenças raras, sempre com o intuito principal de evitar seu surgimento. Tomando a oncologia como exemplo, para se ter ideia do quanto uma doença ou um processo preventivo pode ser personalizado, hoje há cerca de 250 tipos diferentes de câncer, com 350 genes que contribuem para o seu desenvolvimento e mais de 100 mil mutações apenas no câncer do pulmão. Esse é um exemplo da gama de configurações que uma doença pode adquirir.
Os resultados desse mapeamento profundo e individual aparecem cada vez mais rapidamente. O surgimento contínuo de novas possibilidades tecnológicas tanto na coleta quanto na análise do material permitem o fornecimento de informações moleculares cada vez mais específicas indo muito além do resultado dos exames convencionais. E isso obviamente pode e deve ser aplicado na medicina preventiva, atuando muito antes de alguma doença ou mesmo uma deficiência ocorrer.